top of page
FRATURAS DA COLUNA VERTEBRAL

Aspectos Gerais

   As fraturas da coluna vertebral apresentam-se diferentemente das fraturas de um braço ou de uma perna.

A fratura de uma vértebra pode apresentar-se com fragmentos do corpo vertebral que podem danificar os nervos espinhais ou a medula espinhal.

  A maioria das fraturas da coluna vertebral é resultante de acidentes automobilísticos, quedas ao solo (muito comum quedas na própria casa e com elevada incidência nos idosos, e por osteoporose), ferimento por arma de fogo, atividades esportivas, etc.

  As lesões apresentadas podem variar de lesões de ligamentos, músculos, relativamente leves ou com fraturas e luxações das vértebras com compressão da medula espinhal, causando lesões na medula espinhal, com graves sequelas neurológicas.            Dependendo da gravidade de sua lesão, você poderá sentir dor, dificuldade para caminhar ou ser incapaz de mover seus braços ou pernas (tetraparesia ou paraparesia = déficit parcial, ou tetraplegia ou paraplegia = déficit total).

  Muitas fraturas podem ser solucionadas com tratamento conservador; e em outra parte o tratamento cirúrgico pode ser a solução para realinhar e estabilizar a coluna vertebral; muitas vezes, o procedimento minimamente invasivo pode ser uma conduta com bons resultados.

01.jpg

- Corpo vertebral Coluna vertebral e medula espinhal.  (vide Anatomia da coluna vertebral)

Quais são as fraturas da coluna vertebral?

    As fraturas na coluna vertebral podem variar de lesões leves dos ligamentos e musculatura (chamadas de chicote), à fraturas e luxações das vértebras, causando lesões graves da medula espinhal. As fraturas da coluna vertebral e luxações podem provocar lesões, lacerações das estruturas envolvidas, e comprimir os nervos espinhais e a medula espinhal, ocasionando déficits neurológicos irreversíveis como paraplegias (paralisia de membros), e disfunção da bexiga e intestino.

   O tratamento das fraturas da coluna vertebral depende do tipo de fratura e do grau de instabilidade.

02.png

   O movimento tipo chicote é uma lesão observada por hiperextensão do pescoço, com movimento rápido da cabeça para trás, muito frequente nos acidentes automobilísticos, como as colisões traseiras. O movimento empurra os músculos e ligamentos do pescoço e pode fazer com que os discos intervertebrais fiquem protusos e provoquem uma compressão medular e neural. Este tipo de quadro pode desencadear a dores de cabeça, rigidez muscular, dor na região cervical/pescoço, dor em membros superiores, formigamentos, fraqueza muscular e déficits neurológicos.

   É importante em situação como um acidente automobilístico, ou mesmo em caso de acidente doméstico chamar o serviço médico de resgate, com atendimento especializado, frente uma situação como esta. Deveremos ter muito cuidado ao mobilizar o acidentado, pois o mesmo deverá receber cuidados imediatos, imobilização cervical, ou lombar, sendo removido em pranchas rígidas. O acidentado deverá receber uma avaliação médica especializada cuidadosa com exame físico geral e exame neurológico, sendo avaliado por um neurocirurgião, e deverá ser submetido a exames de imagem o mais breve possível para o diagnóstico do quadro.

03.gif
3b.jpg

Atendimento especializado par a traumatismos  da  coluna vertebral – Órtese  cervical utilizada  no s traumatismos -acidentes- e pós-operatórios  da  cirurgia da   coluna cervical

   O tratamento do quadro tipo chicote estará diretamente relacionado aos comprometimentos observados ao exame neurológico e exames de imagem da coluna vertebral.

Classificação fraturas  da  coluna vertebral-ref: AO Spine

04.jpg

Instabilidade da coluna vertebral

   A Instabilidade da coluna vertebral é o movimento excessivo que ocorre entre as vértebras, decorrente das lesões dos ligamentos, fraturas ósseas, lesões osteoarticulares, etc., com riscos de lesões neurológicas graves, ocasionado por traumatismo raquimedular, ou traumatismos da coluna vertebral.

05.jpg

Fratura corpo vertebral  cervical com fragmento comprimindo a  medula cervical

   O chamado escorregamento ou espondilolísteses, luxações entre as vértebras, pode causar dor, alterações sensitivas e motoras decorrentes de compressões ocasionando lesões dos nervos da coluna vertebral e da medula espinhal.

   A instabilidade da coluna vertebral com o risco de ocasionar lesões neurológicas graves e irreversíveis necessita, na grande maioria das vezes, de tratamento cirúrgico da coluna vertebral para realinhá-la e prevenir lesões da medula espinhal ou lesão do nervo com a condição de estabilizar a mesma.

   As fraturas estáveis, geralmente, podem ser tratadas com órtese e repouso.

   As fraturas podem ocorrer em qualquer lugar ao longo da coluna vertebral. Na região cervical, ocorrem 5%-10% das fraturas, e observamos 65% na região tóraco-lombar, manifestadas por dor lombar (lombalgia), irradiadas para região anterior ou lateral e, muitas vezes, frequentes na transição tóraco-lombar: T12-L1.

    Existem inúmeras classificações para fraturas. Em geral, as fraturas de coluna dividem-se em três tipos :  A, B e C.


   O tipo mais comum de fratura de coluna vertebral é conhecido como uma fratura tipo “compressão” do corpo vertebral. Um mecanismo de uma força descendente causa um colapso do corpo da vértebra, podendo fragmentos ósseos serem deslocados para o canal espinhal com compressão medular.

6a.jpg
6b.jpg

fratura do corpo vertebral

   A população comprometida pela osteoporose, tumores e certas formas de neoplasias, com invasão tumoral do tecido ósseo mediante uma fraqueza do mesmo, tem maior probabilidade de desenvolver uma fratura por compressão do corpo vertebral. A fratura aparece como um colapso em forma de cunha da vértebra. Esta fratura pode causar uma modificação da curvatura da coluna vertebral chamada cifose traumática.

   As fraturas tipo luxações/distrações ocorrem quando os ligamentos e/ou os discos que ligam duas vértebras em conjunto são lesados; os mesmos apresentam-se lacerados, e os corpos vertebrais podem estar desalinhados.

 

   Por exemplo, quando ocorre um movimento com flexão do tronco, a parte superior do corpo indo de encontro a um cinto de segurança, o mecanismo de força mecânica ocorre além da vértebra e estende-se aos ligamentos que sustentam o corpo vertebral, e mantêm a estabilidade da coluna vertebral. Uma vértebra deslocada pode causar instabilidade e compressão da medula espinhal, e geralmente requer cirurgia e/ou um colete próprio para lesões da coluna vertebral.

7a.jpg

Deslocamente  anterior

7b.jpg

Fratura e deslocamento

   As fraturas-luxações/translação: Estas fraturas, geralmente, são instáveis, tendem a ser muito graves e debilitantes, e com frequência a conduta é o tratamento cirúrgico.

 

Quais são os sintomas?

   Os sintomas de uma fratura vertebral variam dependendo da gravidade e da localização da lesão. Eles incluem dor nas costas, no pescoço, dormência, formigamento, espasmo muscular, fraqueza/diminuição de força muscular (alterações braços ou pernas), alterações do intestino, que podem sugerir uma lesão da medula espinhal. Nem todas as fraturas causam lesão medular e, raramente, a medula espinhal é completamente seccionada.

 

Quais são as causas?

   Os acidentes de carro: 45%; quedas: 20%; atividades esportivas: 15%; atos de violência: 15%, e atividades diversas: 5%, são as principais causas de fraturas da coluna vertebral.

As doenças como osteoporose e tumores da coluna também contribuem para estas fraturas.

 

População comprometida:

 

•   Os pacientes mais jovens estão relacionados a fraturas  em atividades  esportivas, acidentes  automobilísticos, e o sexo masculino  é predominante.
•     Os homens são  4 vezes mais propensos a ter uma fratura espinhal traumática do que as mulheres.
•     As mulheres têm elevada incidência  em razão da maior frequência da osteoporose.

 

Como é feito o diagnóstico?

 

   Na maioria dos casos de uma lesão na coluna vertebral, os paramédicos ou médicos do serviço de resgate encaminharão o paciente para uma sala de emergência de um Pronto-Socorro. O primeiro médico que irá avaliar será um pronto-socorrista.      Dependendo de suas lesões, outros especialistas serão chamados a avaliar sua condição, como o neurocirurgião é obrigatório, o ortopedista, etc. Os médicos irão avaliar sua respiração e realizar um exame físico geral e neurológico e da coluna vertebral. A coluna deverá ser mantida imobilizada por um colar cervical, e a região lombar com um colete, até que sejam concluídos os exames de imagem para definição do diagnóstico.

Os exames de imagem que auxiliam no diagnóstico:

   O Raio-X auxilia a visualização da coluna vertebral, dos corpos vertebrais, de seu alinhamento, se existem fraturas ou luxações, etc. A flexão e extensão com cuidado apropriado poderá ser realizada para avaliar qualquer alteração da anatomia normal da coluna vertebral.

   A tomografia computadorizada (TC) é um exame seguro, não invasivo, que poderá utilizar ou não um contraste injetado em sua corrente sanguínea. É, especialmente, útil para visualizar as alterações nas estruturas ósseas, luxações e comprometimentos raqueanos.

  A Ressonância Nuclear Magnética (RNM) é um exame diagnóstico não invasivo, útil para avaliar as lesões dos tecidos moles que constituem sua coluna vertebral: disco intervertebral, corpo vertebral (observar fraturas agudas ou crônicas), nervos, estruturas vasculares, a medula, gordura, ligamentos, músculos, etc. Ao contrário de raios-X, os nervos e os discos são claramente visíveis.    Poderá ser necessário o uso de uma injeção de contraste. Este exame de imagem contribui nas compressões e lesões do canal medular, diagnostica edemas, etc., da medula espinhal, lesões e compressões dos nervos espinhais, hérnias de disco traumáticas, espondilolísteses, hemorragias no canal medular e na medula, no osso, lesões tumorais, etc.

 

Quais os tratamentos estão disponíveis?

 

   O tratamento de uma fratura começa com o objetivo de melhorar o quadro de dor e estabilização para evitar mais prejuízos. Outras lesões corporais podem estar presentes e necessitam de algum tratamento.

    A orientação inicial é o encaminhamento a um Pronto-Socorro para uma avaliação médica geral e especializada.

Dependendo do tipo de fratura e de sua estabilidade, será orientada a conduta de tratamento, e a cirurgia poderá ser necessária.

    Com a finalidade de minimizar eventuais riscos frente a situações como fraturas-luxações, pondo em risco uma lesão medular e dos nervos espinhais, com sequelas graves, os coletes lombares e o colar cervical auxiliam inicialmente à:

       1. Manter o alinhamento da coluna vertebral;

       2. imobilizar sua coluna vertebral até que o diagnóstico seja definido, para orientação da conduta terapêutica;

8a.jpg
8b.jpg

 Diferentes  coletes para  coluna  lombar utilizados em situações de fraturas e outros procedimentos

3. Se o tratamento for conservador, o colete ou o colar (Miami J, Philadelphia), imobilizará sua coluna durante a cicatrização; e

4. a minimizar a dor pela restrição dos movimentos.

  A instrumentação e a fusão da coluna vertebral são procedimentos cirúrgicos para o tratamento de fraturas instáveis. A Fusão é a união de duas vértebras com um enxerto ósseo, realizada em conjunto com placas, hastes, ganchos, parafusos de pedículo, ou gaiolas, dependendo de cada situação.

    O objetivo do enxerto ósseo é realizar a união entre as vértebras acima e abaixo, para formar uma peça sólida entre os corpos vertebrais. Poderá levar vários meses ou mais para criar uma fusão sólida.

   Os procedimentos menos invasivos como a cifoplastia, ou até mesmo a vertebroplastia (menos habitual em nossos dias) são procedimentos minimamente invasivos realizados para tratar as fraturas compressivas da coluna vertebral comumente causadas por osteoporose, ou nos mielomas, tumores da coluna, e metástases ósseas.

   Na cifoplastia, procedimento mínimamente invasivo, o cimento ósseo é injetado por meio de uma cânula transpedicular para dentro do corpo vertebral fraturado. Um balão é inserido inicialmente, e será insuflado para expandir o platô superior do corpo vertebral comprimido antes do preenchimento do espaço com cimento ósseo. O procedimento é realizado bilateralmente, e apresenta-se mais seguro que a vertebroplastia.

09a.png
9b.png

    Na vertebroplastia, o procedimento realizado é unilateral, e o cimento ósseo é injetado por meio de uma cânula apropriada para dentro do corpo vertebral fraturado.

Fale Conosco

Dr. João Francisco Crosera

Av. Angélica nº 2466 - Cj.33 - Higienópolis - São Paulo - SP

11. 3258-4176 | 11. 3120-5001 | 11. 99294-0496 

bottom of page